Tristeza e Depressão

Entenda as Diferenças e Saiba Quando Buscar Ajuda

A palavra “tristeza” tem origem no latim tristitia e está relacionada ao estado de desânimo e à perda de alegria. Trata-se de uma emoção humana normal e transitória, geralmente desencadeada por experiências negativas, como perdas, frustrações ou decepções (DOWLATSHAHI). Apesar de desagradável, a tristeza não é uma doença, mas uma resposta emocional adaptativa. Já a depressão, segundo a Classificação Internacional de Doenças, 11ª edição (CID-11), é um transtorno mental caracterizado por humor deprimido, perda de prazer e energia reduzida. A tristeza passa com o tempo, enquanto a depressão exige diagnóstico e tratamento. Essa diferenciação é essencial para que não se banalize o sofrimento psíquico e para que se possa acolher quem realmente precisa de suporte psicológico e/ou psiquiátrico (FERREIRA).
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a depressão é diagnosticada quando pelo menos cinco sintomas persistem por duas semanas ou mais. Os principais incluem humor deprimido, perda de interesse, alterações no sono, fadiga, sentimento de culpa, agitação ou lentidão motora, ideias suicidas e dificuldades cognitivas. A gravidade dos quadros depressivos é classificada em episódios leves, moderados ou graves (CID-11). A depressão não é apenas tristeza intensa, trata-se de um transtorno de saúde mental complexo que pode afetar o funcionamento social, escolar ou profissional da pessoa. A ausência de vitalidade, mais do que de felicidade, é uma de suas marcas principais (SILVA).
O tratamento da depressão deve envolver equipe multiprofissional. A psicoterapia, bem como o uso de antidepressivos são os recursos mais eficazes, conforme apontado por estudos recentes (MOURA). O apoio de familiares e amigos, sem julgamentos, também é fundamental. Frases como “é só se distrair” ou “é falta de vontade” apenas reforçam o estigma e afastam o indivíduo da ajuda. Buscar atendimento psicológico ou psiquiátrico é um passo de coragem e cuidado. Caso você ou alguém próximo apresente sintomas depressivos, procure ajuda profissional.

Referências:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
DOWLATSHAHI, D. Tristeza e regulação emocional: fundamentos neurobiológicos, 2023.
MOURA, L. Psicoterapia e tratamento medicamentoso em transtornos depressivos. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2021.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). Genebra: OMS, 2022.
SILVA, A. C. Aspectos funcionais da depressão e suas implicações sociais. Revista de Saúde Mental em Foco, 2024.