Valorização da terceira idade
O Dia Internacional das Pessoas Idosas e o Dia Nacional do Idoso, celebrados em 1º de outubro, favorecem à reflexão sobre o papel transformador dos idosos e sua importância na construção do desenvolvimento humano. A Organização Mundial da Saúde reconhece o envelhecimento como processo inevitável que, embora marcado por alterações físicas e cognitivas, não deve ser reduzido à perdas, mas entendido em sua complexidade biopsicossocial. Estudos recentes mostram que políticas públicas inclusivas, que incentivam a autonomia e a mobilidade, contribuem para a melhoria do bem-estar e redução de doenças crônicas (MARTINS). Assim, reconhecer a contribuição das pessoas idosas significa promover respeito, dignidade e participação ativa na sociedade, resgatando o valor da experiência e da memória social que elas carregam.
O envelhecimento traz desafios e oportunidades. Do ponto de vista psicológico, perdas relacionadas a vínculos afetivos, saúde ou autonomia podem gerar sentimentos de tristeza, solidão e baixa autoestima. No entanto, pesquisas apontam que o engajamento em atividades culturais, comunitárias e de aprendizagem ao longo da vida fortalece a saúde mental e promove maior satisfação (SOUZA). Muitos idosos utilizam essa fase para desenvolver novas habilidades, manter relações sociais e compartilhar conhecimentos com as gerações mais jovens. Tais atitudes favorecem autoestima, autoconfiança e senso de pertencimento, elementos fundamentais para esta fase seja mais equilibrada. A valorização das trajetórias pessoais reforça a ideia de que envelhecer é também reinventar-se, ampliando horizontes e ressignificando o papel social do idoso.
No cenário social, a ampliação da expectativa de vida exige políticas públicas consistentes e adaptadas às diversidades existentes entre os idosos. A criação de espaços de convivência, o incentivo ao envelhecimento ativo e a acessibilidade urbana são estratégias que fortalecem a autonomia e a integração comunitária (ALMEIDA). Além disso, estudos reforçam que idosos protagonistas de sua história apresentam maiores níveis de bem-estar e qualidade de vida (CASTRO). A sociedade precisa enxergar o envelhecimento não como um problema, mas como oportunidade de crescimento coletivo. Reconhecer a heterogeneidade e potencialidade dessa população é essencial para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e preparada para enfrentar os desafios demográficos do futuro.
Referências:
ALMEIDA, R. Políticas públicas para o envelhecimento ativo no Brasil. Revista Brasileira de Gerontologia, 2023.
CASTRO, L. Envelhecimento e protagonismo social: novos caminhos. Psicologia e Sociedade, 2021.
MARTINS, G. Envelhecimento e qualidade de vida: uma análise contemporânea. Saúde em Foco, 2021.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Década do Envelhecimento Saudável 2020–2030. Genebra: OMS, 2020.
SOUZA, P. Atividade cultural e saúde mental na terceira idade. Revista de Psicologia Contemporânea, 2022.