Autoconhecimento e equilíbrio emocional
A inteligência emocional é a capacidade de perceber, compreender e regular as próprias emoções, além de reconhecer e influenciar as emoções dos outros. De acordo com Goleman, essa habilidade pode ser mais decisiva para o sucesso pessoal e profissional, em detrimento de outras. A IE quando bem desenvolvida, favorece a empatia, o autocontrole e a qualidade dos relacionamentos. Ambientes que valorizam a educação emocional, estimulam a consciência de si mesmo e do outro, previne conflitos e promove bem-estar (GOLEMAN). Assim, o desenvolvimento emocional deixa de ser um privilégio de poucos, para se tornar uma ferramenta acessível a todos que buscam uma vida mais equilibrada, ética e satisfatória nas esferas pessoal e social.
Pesquisas atuais confirmam que indivíduos com maior inteligência emocional apresentam melhores respostas frente ao estresse e à adversidade (FERRAZ; DELL’AGLIO). O reconhecimento das próprias emoções e a capacidade de expressá-las de modo apropriado são fatores protetores contra o sofrimento psíquico. Para Salovey e Mayer, essa inteligência envolve perceber emoções com precisão, usar sentimentos para facilitar o pensamento, compreender emoções e regulá-las de maneira eficaz (SALOVEY; MAYER). Já Bar-on, propôs um modelo multifatorial que inclui habilidades interpessoais, assertividade, tolerância ao estresse e controle de impulsos como componentes da inteligência emocional. Esses aspectos mostram que ela pode ser aprendida, treinada e fortalecida em diferentes fases da vida.
O interesse pela inteligência emocional cresceu também em contextos como escolas e empresas. Programas educacionais e treinamentos corporativos voltados a essa temática demonstraram impacto positivo sobre o clima organizacional, o engajamento e a saúde mental (SANTOS; PEREIRA). Ambientes emocionalmente inteligentes tendem a valorizar a escuta ativa, a empatia e o respeito, favorecendo o desenvolvimento coletivo. Estudos mostram que habilidades socioemocionais reduzem o risco de problemas como ansiedade, depressão e burnout. Além disso, promovem um senso maior de propósito e pertencimento. Ao investir no aprimoramento emocional, indivíduos e instituições contribuem para uma sociedade mais consciente e equilibrada, onde o bem-estar é visto como uma conquista relacional e contínua (FERRAZ; DELL’AGLIO).
Referências
BAR-ON, R. O modelo Bar-On de inteligência emocional e social. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2005.
FERRAZ, L.; DELL’AGLIO, D. D. Inteligência emocional e saúde mental: revisão sistemática de estudos brasileiros. Estudos de Psicologia. Campinas, 2020.
GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
SANTOS, R. P.; PEREIRA, N. R. A inteligência emocional no ambiente corporativo: benefícios e desafios. Revista Brasileira de Gestão e Educação, 2022.
SALOVEY, P.; MAYER, J. D. A inteligência emocional. Imaginário e Cultura, 1997.