Manejo do estresse
O estresse é uma resposta natural do organismo diante de situações que exigem adaptação, podendo ser de ordem física, emocional ou psicológica. Ele surge em contextos diversos, como sobrecarga de trabalho, dificuldades financeiras, problemas familiares ou experiências traumáticas. Inicialmente, pode atuar como um mecanismo adaptativo, ajudando o indivíduo a enfrentar desafios. No entanto, quando o estresse se torna frequente e prolongado, ele deixa de ser funcional e passa a comprometer a saúde integral. Alterações fisiológicas como tensão muscular, liberação de hormônios e aceleração cardíaca acompanham essa resposta. Essas mudanças, quando repetidas, podem gerar consequências negativas para o bem-estar geral e para o equilíbrio emocional, afetando tanto a vida pessoal quanto a profissional (PRETO).
As repercussões do estresse crônico na saúde mental têm sido amplamente reconhecidas pela literatura científica. Pesquisas demonstram que a exposição constante ao estresse está associada ao desenvolvimento de transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático (JOHNSON). Tanto a Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-11) quanto o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) reconhecem o estresse como fator desencadeante e agravante de diversos quadros psiquiátricos (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE). Além dos impactos psicológicos, ele pode causar prejuízos físicos, como alterações cardiovasculares, desequilíbrios hormonais e comprometimento imunológico. Dados internacionais mostram que milhões de pessoas em todo o mundo convivem com condições relacionadas ao estresse, o que demonstra a relevância de medidas preventivas e de estratégias de cuidado integral para reduzir seus efeitos prejudiciais.
Nesse contexto, estratégias de enfrentamento do estresse tornam-se essenciais para preservar a saúde física e mental. A prática de atividades físicas regulares, o hábito de sono saudável, a adoção de uma alimentação equilibrada e a aplicação de técnicas de relaxamento, como meditação, ioga e respiração profunda, são medidas eficazes (SMITH). A psicoterapia, por sua vez, auxilia no reconhecimento de padrões de pensamento disfuncionais, possibilitando o desenvolvimento de recursos internos mais saudáveis diante das adversidades. Em alguns casos, medicamentos podem ser recomendados por médico, para controlar sintomas como ansiedade ou insônia, sempre em conjunto com acompanhamento psicológico. Além disso, o fortalecimento das redes de apoio social, incluindo relações familiares e comunitárias, atua como um fator protetor importante. Dessa forma, o gerenciamento adequado do estresse contribui para a promoção do bem-estar, prevenção do adoecimento e melhoria significativa da qualidade de vida.
Referências
JOHNSON, A. L. Reatividade ao estresse e reatividade emocional como fatores de risco para transtorno de estresse pós-traumático: um estudo longitudinal. Journal of Abnormal Psychology, 2022.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (11ª Revisão) para Estatísticas de Mortalidade e Morbidade. Genebra, 2022.
PRETO, V. A. Percepção de estresse nos acadêmicos de enfermagem. Revista Enfermagem UFPE, 2018.
SMITH, A. J. Estresse crônico e risco de transtorno de ansiedade: um estudo transversal na população geral australiana. Psiconeuroendocrinologia, 2021.