Bebês Reborn: bonecas artesanais extremamente realistas
Usadas inicialmente por colecionador ou na terapia, como no apoio a pacientes com Alzheimer, demência ou em luto perinatal. No entanto, sua semelhança com bebês reais tem sido explorada em redes sociais e em situações sociais de forma antiética e até disfuncional. Há casos de uso para ludibriar sistemas sociais, buscando prioridade em filas ou serviços públicos, ou até mesmo simulando atendimento médico para a boneca. Esse comportamento, além de ser uma transgressão ética, pode indicar questões psicológicas subjacentes, onde a fantasia é usada para obter vantagens ilícitas ou atenção, distorcendo a realidade.
O uso problemático de bebês reborn vai além do colecionismo, tornando-se um substituto emocional na vida de algumas pessoas. Isso pode ser uma tentativa de preencher vazios emocionais, lidar com lutos, solidão ou traumas relacionados à parentalidade. Nas redes sociais, essa dinâmica é amplificada, onde a exposição da boneca busca validação externa e engajamento. A identidade digital, idealizada com a boneca, pode mascarar sentimentos de inadequação, isolamento ou dificuldade em criar vínculos reais. A necessidade de sustentar essa fantasia interativa distorce progressivamente a realidade do indivíduo.
Um apego patológico a bebês reborn acarreta implicações psicológicas sérias, podendo levar ao isolamento social e à deterioração de relacionamentos reais. Também pode agravar transtornos mentais preexistentes, como depressão e ansiedade, dificultando a distinção entre fantasia e realidade. O tratamento primordial é a psicoterapia, que busca as raízes desse apego, como traumas ou perdas. Abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajudam a reestruturar pensamentos disfuncionais, visando uma vivência mais saudável e conectada com a realidade.
Referências:
CARVALHO, M. B.; ALMEIDA, T. C. Luto Perinatal e Objetos de Transição: O Uso de Bonecas Reborn como Estratégia de Enfrentamento. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, 2023.
OLIVEIRA, R. S.; FERNANDES, P. T. O Fenômeno Reborn nas Redes Sociais: Identidade, Fantasia e Validação Virtual. Psicologia em Estudo, Maringá, 2021.
SILVA, A. M.; COSTA, L. R. Bebês Reborn: Entre a Terapia e a Patologia – Uma Análise Psicológica. Revista Brasileira de Psicologia Clínica, 2022.