As mulheres enfrentam múltiplas tarefas e responsabilidades que impactam diretamente sua saúde mental
A sobrecarga decorrente do acúmulo de papéis como ser mãe, profissional, cuidadora, companheira, é um dos principais fatores associados a transtornos como ansiedade, depressão e burnout. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2022), as mulheres têm quase o dobro de chances de desenvolver depressão ao longo da vida em comparação aos homens, especialmente quando expostas ao estresse crônico. Em muitos casos, os sintomas emocionais são negligenciados, sob a crença de que a mulher tem que dar conta de tudo. No entanto, reconhecer os próprios limites e buscar equilíbrio é essencial para preservar o bem-estar psicológico.
A psicoterapia é uma ferramenta fundamental nesse processo de autocuidado e fortalecimento emocional. O processo terapêutico permite que a mulher compreenda suas emoções, desenvolva habilidades para lidar com conflitos e desconstrua padrões de cobrança excessiva. De acordo com a Associação Brasileira de Psicologia (2023), a terapia cognitivo-comportamental tem demonstrado excelentes resultados no tratamento da ansiedade e da depressão em mulheres adultas. Além disso, o espaço terapêutico é um ambiente seguro para tratar questões como autoestima, relações abusivas, culpa materna e pressão social. Cuidar da saúde mental não é sinal de fragilidade, mas de coragem e consciência.
É fundamental procurar ajuda profissional sempre que sinais de cansaço extremo, crises de choro, irritabilidade, insônia ou sentimentos persistentes de tristeza e desânimo estiverem presentes. O acompanhamento psicológico, aliado ao suporte psiquiátrico quando necessário, pode evitar o agravamento de quadros emocionais e garantir uma recuperação mais saudável. A Revista Brasileira de Psiquiatria (2023) destaca que o diagnóstico e tratamento precoce dos transtornos mentais são determinantes para uma melhor qualidade de vida. A mulher precisa compreender que sua saúde emocional é tão importante quanto a física e que pedir ajuda é um ato de cuidado, não de fraqueza.
Referências:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Saúde mental das mulheres: Um desafio invisível. OMS. 2022.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA. Intervenções eficazes em saúde mental da mulher. ABP. 2023.
REVISTA BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Prevenção e diagnóstico precoce de transtornos mentais em mulheres. 2023.
FERNANDES, R. C., & OLIVEIRA, M. L. A sobrecarga emocional feminina e os impactos na saúde mental. Revista Psicologia e Sociedade. 2022.