O uso excessivo de telas por adolescentes e crianças representa um risco significativo para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Estudos mostram que a exposição prolongada a dispositivos eletrônicos pode prejudicar a atenção, a memória e a capacidade de aprendizado, além de aumentar a ansiedade e a irritabilidade. Crianças pequenas, cujos cérebros estão em plena formação, são especialmente vulneráveis, pois a superestimulação digital pode atrasar o desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais. Os pais e cuidadores devem estar atentos ao tempo de uso, estabelecendo limites claros e incentivando atividades offline, como brincadeiras ao ar livre e leitura. Além disso, é fundamental monitorar o conteúdo acessado, pois a internet pode expor os jovens a situações inadequadas ou perigosas, como cyberbullying, materiais violentos e promover desafios que podem levar até a morte.
Crianças e adolescentes aprendem, principalmente, por imitação, e os adultos são seus principais modelos. Se os pais passam horas no celular, ignorando interações familiares, os jovens naturalizarão esse comportamento, acreditando que o uso excessivo de telas é aceitável. Portanto, é essencial que os adultos demonstrem equilíbrio, priorizando momentos de convívio sem dispositivos digitais. Refeições em família, conversas presenciais e atividades compartilhadas fortalecem vínculos e mostram que a vida offline pode ser tão prazerosa quanto a virtual. A criação de zonas livres de telas, como quartos e áreas de estudo, também ajuda a estabelecer limites saudáveis. Quando os adultos assumem uma postura consciente, eles não apenas protegem os mais jovens, mas também revisam seus próprios hábitos, evitando a armadilha da dependência digital.
A dependência de telas pode se manifestar através de sintomas como irritabilidade ao ficar offline, queda no rendimento escolar, isolamento social e perda de interesse em outras atividades. Quando esses sinais persistem, é crucial buscar ajuda psicológica, pois o vício digital pode estar associado a transtornos como ansiedade, depressão e TDAH. Psicólogos e psiquiatras podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento, utilizando estratégias como terapia cognitivo-comportamental e reeducação de hábitos. Para os pais, o acompanhamento profissional também é valioso, pois oferece ferramentas para lidar com resistências e conflitos. O cuidado precoce evita que o problema se agrave, garantindo que crianças e adolescentes desenvolvam uma relação equilibrada com a tecnologia, sem renunciar ao seu bem-estar emocional e social.
Portanto, é necessário que pais, cuidadores e profissionais de saúde estejam cientes desses riscos mencionados e adotem estratégias para promover um uso saudável e equilibrado desses dispositivos.
Referências:
ABRANTES, FLÁVIA GAVA BANDEIRA; ALMEIDA, KARLA NASCIMENTO DE. Tecnologias digitais e educação infantil:impactos do uso excessivo na primeira infância. 2018. Disponível em: encurtador.com.br/klstK. Acesso em: 25 de abril de 2025.
ARAÚJO, P. A.; JUNIOR, W. S. Uso de jogos eletrônicos por adolescentes em Patos de Minas: Um retrato dos efeitos em estudantes do Ensino Médio. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, 2021.
SANTOS, REGIANE OLIVEIRA. Tempo de tela dos nativos digitais na pandemia do coronavírus.Revista Expressão Católica, 2022.