O burnout é um estado de exaustão extrema, emocional, mental e frequentemente física, causado por estresse prolongado ou repetido, relacionado ao trabalho. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o Burnout como um fenômeno ocupacional em 2022. É caracterizado por esgotamento, sensação de estar sem energia para realizar as tarefas, perda de interesse no trabalho e desenvolvimento de sentimentos negativos em relação à profissão ou organização, ineficácia, sensação de incapacidade de realizar as tarefas de forma satisfatória, levando à baixa autoestima, irritabilidade, alterações bruscas de humor, agressividade, isolamento, dentre outros.
Já o burn on, termo criado pelos alemães Timo Schiele, psiquiatra, e Dr Bert te Wildt, psicoterapeuta, descrito pela primeira vez em 2021, é caracterizado por uma depressão mascarada, uma exaustão depressiva crônica, ou seja, a pessoa vive esse estresse constantemente sem aquele momento de colapso, mas de forma crônica. Enquanto a condição do Burnout caracteriza-se por estresse não gerenciado e em excesso no ambiente de trabalho, o Burn On segue a mesma linha, mas, segundo os autores citados acima, a principal diferença é na cronicidade da doença. Dores no pescoço, nas costas, na cabeça, bruxismo e perda da esperança são os primeiros sinais. Indivíduos com Burn On geralmente aparentam estar bem no trabalho, mas apresentam sofrimento significativo em sua vida, continuam trabalhando normalmente, mesmo com sintomas de exaustão e sofrimento, apresentam dificuldade em encontrar prazer em outras atividades.
O tratamento do Burnout e do Burn On deve ser individualizado e multidisciplinar, envolvendo diferentes profissionais, como psicólogos, psiquiatras, além de grupos de apoio, que possibilitam o contato com outras pessoas que estão passando pela mesma situação, proporcionando troca de experiências e apoio mútuo. A psicoterapia é um componente importante do tratamento, pois ajuda o indivíduo a identificar os fatores que contribuem para o estresse no trabalho e na vida pessoal, desenvolvendo mecanismos de enfrentamento para lidar com o estresse de forma mais saudável, estabelecendo limites saudáveis entre o trabalho e a vida pessoal, promovendo assim o autocuidado e a melhora na qualidade de vida.
Referências:
LEITE, M. M., BUENO, C., & NEVES, T. F. Intervenções para o burnout: Uma revisão sistemática da literatura. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 2021.
Malpass, R., & Mund, J. Burn-on: Uma nova dimensão da experiência de burnout. Pesquisa sobre esgotamento, 2020.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Burn-out: um fenômeno ocupacional reconhecido na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), 2019.