O burnout parental, também conhecido como burnout familiar, é um estado de exaustão física, emocional e mental, que afeta pais e mães, decorrente da sobrecarga de responsabilidades relacionadas à criação dos filhos. É um fenômeno que vem ganhando cada vez mais destaque nas discussões sobre saúde mental e bem-estar familiar e tem sido objeto de diversas pesquisas, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, incluindo estudos realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Nos Estados Unidos, diversas pesquisas têm explorado as causas e consequências do burnout parental, destacando a importância do apoio social, da flexibilidade no trabalho e de políticas públicas que promovam o bem-estar familiar. Um estudo da Universidade de Ohio revelou que 66% dos pais que trabalham sofrem de burnout parental, com uma prevalência maior entre as mulheres (68%) em comparação aos homens (42%). Esse dado destaca a necessidade de atenção especial às mães, que frequentemente enfrentam uma carga maior de responsabilidades domésticas e profissionais.
Já no Brasil, a UFMG conduziu uma pesquisa para mapear o burnout parental no país, através de questionários. A pesquisa identificou que o perfeccionismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição. Pais que sentem a necessidade de serem perfeitos e de corresponder às expectativas sociais, estão mais propensos a sofrer de burnout. Os resultados indicam que o burnout parental é um fenômeno complexo e multifatorial, com impactos significativos na saúde mental e na qualidade de vida dos pais.
As principais causas do burnout parental incluem: a combinação de tarefas domésticas, cuidado dos filhos e responsabilidades profissionais pode levar ao esgotamento; a pressão para ser um pai ou mãe perfeito pode aumentar o estresse e a exaustão; a ausência de uma rede de apoio, seja familiar ou social, pode agravar a sensação de sobrecarga; pais de crianças com necessidades especiais, como autismo, enfrentam desafios adicionais que podem contribuir para o burnout; eventos como divórcio, doença de um familiar ou mudanças na rotina da família, dentre outras.
Consultar um médico ou psicólogo pode ser fundamental para identificar e tratar possíveis problemas de saúde mental associados ao burnout. A psicoterapia individual ou em casal pode ajudar os pais a identificar e lidar com as emoções negativas, desenvolver estratégias de enfrentamento e melhorar a comunicação familiar. A participação em grupos de apoio com outros pais pode proporcionar um espaço seguro para compartilhar experiências e receber apoio emocional. A prática de atividades físicas, uma alimentação saudável e o cuidado com o sono pode contribuir para a redução do estresse e a melhora do bem-estar geral.
Referências:
MOIRA MIKOLAJCZAK E ISABELLE ROSKAM. O Burnout Parental. Editor: Pergaminho. Lisboa. Edição: junho de 2024.
SANTOS, ANA L. S. DOS. Burnout Parental. Universidade Federal de Minas Gerais.https://ufmg.br/comunicacao/assessoria-demprensa/release/pesquisa-da-ufmg-mapeia-burnout-parental-no-pais. Acesso em setembro de 2024.