Gerenciando o Estresse

 

 

O estresse é um fenômeno psicológico e fisiológico comum que afeta indivíduos em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse é definido como uma resposta do organismo a estímulos físicos, emocionais ou psicológicos que demandam adaptação. Ele pode ser desencadeado por eventos traumáticos, sobrecarga de trabalho, problemas familiares, financeiros, dentre outros. O estresse também é compreendido por uma reação tanto fisiológica quanto psicológica, que produz mudança no comportamento físico e emocional, envolvendo fases de progressão e acontecendo em resposta a determinadas reações desagradáveis de causa interna, externa e/ou inesperada (PRETO VA, et al. 2018).

O estresse pode desencadear implicações psicopatológicas significativas. Em alguns casos, o estresse crônico e não gerenciado pode levar ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outros problemas de saúde mental. A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, 11ª revisão (CID-11) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM-5), reconhecem a importância do estresse como um fator contribuinte para várias condições psicológicas.

Estatisticamente, o estresse afeta uma grande proporção da população mundial. De acordo com um estudo recente realizado pela OMS, estima-se que cerca de 264 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de transtornos de ansiedade, muitos dos quais têm o estresse como um componente significativo. Além disso, estima-se que a depressão afete mais de 300 milhões de pessoas globalmente, sendo o estresse um fator desencadeante ou agravante em muitos casos. A OMS enfatiza a importância de gerenciar o estresse para promover o bem-estar mental.

Algumas dicas úteis para gerenciar o estresse incluem: estabelecer limites e aprender a dizer “não” quando necessário, praticar técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou respiração profunda, manter uma rotina de sono adequada, cuidar da sua saúde física, comendo alimentos saudáveis e praticando exercícios regularmente, estabelecer e manter relacionamentos saudáveis e de apoio, identificar e abordar fatores estressantes em sua vida, buscando soluções práticas.

Quanto ao tratamento, existem opções médicas e psicológicas. Os tratamentos médicos podem envolver o uso de medicamentos para controlar os sintomas associados ao estresse, como ansiedade ou insônia. No entanto, a psicoterapia desempenha um papel fundamental no manejo do estresse, auxiliando os indivíduos a identificarem e modificarem pensamentos negativos ou disfuncionais, visando a melhora na qualidade de vida.

 

Referências:

JOHNSON, A. L. Reatividade ao estresse e reatividade emocional como fatores de risco para transtorno de estresse pós-traumático: um estudo longitudinal. Journal of Abnormal Psychology, 2022.

MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS (5ª ed.). Porto Alegre: Artmed, 2014.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (11ª Revisão) para Estatísticas de Mortalidade e Morbidade. Genebra: 2022.

PRETO VA. Percepção de estresse nos acadêmicos de enfermagem, Revista enfermagem UFPE, 2018.

SMITH, A. J. Estresse crônico e risco de transtorno de ansiedade: um estudo transversal na população geral australiana. Psiconeuroendocrinologia, 2021.