A Importância do Combate às Fake News

 

Fake news são informações falsas ou enganosas, que são apresentadas como verdadeiras, geralmente disseminadas por meio de plataformas digitais, como redes sociais, sites de notícias falsas ou aplicativos de mensagens. As fake news apresentam abordagem de cunho histórico, econômico, político, social e religioso, levando vantagens a determinados setores. Essas notícias falsas têm o potencial de enganar o público e influenciar a opinião pública, causando impactos significativos em diversas áreas, incluindo a inteligência artificial e a saúde, abrangendo também a saúde mental.

De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, as notícias falsas se espalham 70% mais rápido do que as verdadeiras e alcançam muito mais gente.

Na área de inteligência artificial, as fake news podem ser disseminadas por meio de algoritmos manipulados ou bots que são programados para espalhar informações falsas e influenciar a opinião dos usuários. Autores como Boyd (2019) e Tintarev (2020) destacam os desafios éticos e técnicos enfrentados pela inteligência artificial na detecção e prevenção de fake news, ressaltando a importância de algoritmos transparentes e de sistemas de recomendação responsáveis.

Na área da saúde, as fake news podem comprometer a prevenção e o tratamento de doenças, bem como a promoção da saúde pública. Exemplificando, as fake news podem disseminar informações falsas ou enganosas sobre causas, sintomas, diagnósticos, tratamentos e vacinas de doenças como covid-19, câncer, aids, etc. Isso pode levar as pessoas a adotarem comportamentos de risco, negligenciarem medidas de proteção, recusarem tratamentos eficazes ou usarem tratamentos ineficazes ou perigosos. Além disso, as fake news podem gerar pânico, medo, ansiedade e estresse na população, afetando sua saúde mental e seu bem-estar.

Quando se trata da saúde mental, a desinformação sobre tratamentos, diagnósticos e causas de transtornos mentais, podem levar a uma compreensão inadequada dessas condições e prejudicar o acesso a cuidados adequados. Autores como Gruzd, Jacobson e Dubois (2018) e Rosário (2020) investigaram a disseminação de informações falsas relacionadas à saúde mental e ressaltaram a importância de estratégias para combater a desinformação e promover a saúde mental precisa e baseada em evidências.

Para as pessoas se protegerem das fake news, é essencial adotarem uma postura crítica em relação às informações que são recebidas. Algumas medidas que podem ser tomadas incluem: verificar a fonte da informação, ou seja, se é confiável e se há evidências ou estudos que respaldem as afirmações feitas, buscar múltiplas fontes para obter uma visão mais abrangente e confiável, avaliar o conteúdo analisando em busca de indícios de sensacionalismo, linguagem tendenciosa ou falta de embasamento científico, checar fatos utilizando sites especializados, promover a educação em mídia para que as pessoas desenvolvam habilidades críticas para identificar e avaliar informações falsas.

O combate às fake news é crucial em todas as áreas, especialmente na saúde e saúde mental. Notícias falsas podem levar a consequências graves, como adoção de comportamentos de risco, decisões erradas, colocar em risco a saúde das pessoas e impactar negativamente o bem-estar emocional, como citado anteriormente.

É fundamental que os profissionais de saúde estejam atualizados sobre as tendências e pesquisas recentes relacionadas às fake news. Os psicólogos desempenham um papel importante na luta contra as fake news, ajudando a combater a disseminação dessas informações, por meio da educação em mídia, fornecendo orientações para o público em geral, sobre como identificar e evitar a desinformação. Além disso, os psicólogos podem oferecer suporte às pessoas afetadas pelas consequências psicológicas das fake news, através da psicoterapia, auxiliando os indivíduos a identificar crenças distorcidas, desenvolver habilidades de pensamento crítico e promover uma visão mais equilibrada das informações recebidas. Podem também ensinar estratégias de autorregulação emocional para lidar com o impacto negativo das notícias falsas, promovendo o autocuidado das pessoas.

Referências:

BOYD, D. A ética da comunicação mediada por IA. Conferência ACM sobre Trabalho Cooperativo Apoiado por Computador e Computação Social, 2019.

TINTAREV, N., & MASTHOFF, J. Justiça e transparência em sistemas de recomendação. 25ª Conferência Internacional sobre Interfaces de Usuário Inteligentes, 2020.

GRUZD, A., JACOBSON, J., & DUBOIS, E. Fake news e confiança em fontes de notícias: Mudanças nas percepções dos consumidores ao longo do tempo. 9ª Conferência Internacional sobre Mídias Sociais e Sociedade, 2018.

ROSÁRIO, R. Fake news e saúde mental: Os efeitos da desinformação nas mídias sociais durante a pandemia de COVID-19. Frontiers in Psychology, 2020.