O sono é uma necessidade básica humana e está ligado a saúde mental, tanto de forma positiva quanto de forma negativa. A sua privação e os seus distúrbios afetam processos metabólicos, inflamatórios, tendo taxas mais elevadas de mortalidade, prevalências maiores de síndromes, diabetes, hipertensão, doença coronariana, ansiedade e depressão, com amplos impactos negativos na saúde.
A baixa qualidade do sono é também causa frequente de acidentes de trânsito e de trabalho, por causa da sonolência diurna excessiva, além de prejuízos nas atividades diárias do indivíduo, afetando a qualidade de vida, o que provoca forte impacto social e econômico.
Como dito anteriormente, o sono é um processo natural, no qual há redução da consciência e das atividades corporais. É dividido em duas fases: o sono não-REM e o sono REM. O sono não-REM é caracterizado por atividade cerebral menos intensa. É dividido em 4 estágios: estágio 1: é a etapa do adormecimento, transição entre estar acordado e dormindo; estágio 2: sono mais leve, há uma desconexão do cérebro com estímulos externos, diminuição da temperatura, do ritmo cardíaco e respiratório; estágio 3: o corpo já começa a entrar em um sono profundo, a atividade cerebral começa a diminuir; estágio 4: estágio do sono profundo, no qual corpo repõe as energias do desgaste diário, liberação dos hormônios ligados ao crescimento e executa o processo de recuperação de células e órgãos. Após o quarto estágio o corpo caminha para o sono REM. A atividade cerebral começa a acelerar e se torna tão intensa que se assemelha à quando acordados. É nessa fase que acontece os sonhos, a fixação da memória e o descanso profundo, essenciais para a recuperação da energia física para acordar disposto. As fases do sono irão se alternar ao longo da noite (DALGALARRONDO,2019).
São inúmeros os distúrbios do sono, sendo os mais comuns a insônia, que é a dificuldade em adormecer ou manter o sono, a apneia obstrutiva do sono, afeta a respiração da pessoa, fazendo com que ela pare de respirar uma ou mais vezes ao longo de uma única noite de sono, o distúrbio do movimento periódico dos membros e a síndrome das pernas inquietas, são sensações desagradáveis que provocam inquietação noturna e a narcolepsia, referente a sonolência excessiva ou episódios recorrentes e incontroláveis de sono durante o dia.
As primeiras manifestações dos distúrbios do sono estão relacionadas as alterações do humor, da memória e das capacidades mentais, como aprendizado, raciocínio e pensamento. Estudos demonstram que a interrupção do sono afeta os níveis de neurotransmissores, hormônios do estresse, prejudicando funções cerebrais, incluindo o pensamento, atingindo a regulação emocional.
Portanto, aos primeiros sinais de alteração no sono é importante a busca por ajuda especializada de médicos e psicólogos, aliado a mudança no estilo de vida, através de uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, higiene do sono como rotina com hora para dormir e acordar, não levar computadores e celulares para a cama, dormir de luz apagada, não comer muito antes de dormir, evitar café, bebidas alcoólicas e estimulantes próximos a hora do sono.
Referências:
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. Porto Alegre : Artmed, 2019.
Madrid, Valero. Martínez, Selva JM. Couto BR, Sánchez. Romera JF. Ordoñana JR. Efeitos da idade e gênero na prevalência de má qualidade do sono na população adulta, 2017.