Geralmente, discute-se muito e com pertinência, a respeito da homofobia, racismo, machismo, dentre outros, e pouco fala-se do preconceito e da discriminação por idade, também nomeados como etarismo, ageísmo ou idadismo.
O etarismo ou ageísmo, termo que derivado do inglês aging, é referente ao preconceito por idade, atinge qualquer faixa etária, dos mais jovens aos idosos, mas com maior prevalência entre os adultos com idade mais avançada.
Já o idadismo, outra forma de preconceito relativo à idade, surge quando é usado para categorizar e dividir as pessoas de maneira a causar prejuízos, desvantagens e injustiças. Entre tantos termos discriminatórios, a velhofobia é descrita não só como forma preconceituosa, estigmatizada e com tabus associados ao envelhecimento, mas também ao pânico de envelhecer.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que uma em cada duas pessoas no mundo tenha atitudes discriminatórias que pioram a saúde física e mental de pessoas idosas e reduzem sua qualidade de vida. Isso custa às sociedades bilhões de dólares a cada ano, revela um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre discriminação por idade.
As consequências são sérias e abrangentes para quem sofre esse tipo de discriminação, atingindo a saúde e o bem-estar das pessoas, tendo piora na saúde física e mental, maior isolamento social, solidão, depressão, ansiedade, insegurança financeira, diminuição da qualidade de vida e morte prematura.
A discriminação por idade está presente em muitas instituições e setores da sociedade, incluindo aqueles que fornecem assistência médica e social, no local de trabalho, no sistema jurídico, nas faculdades, citando como exemplo, o recente caso de Bauru/SP, onde três alunas hostilizaram uma outra aluna da mesma turma por ela iniciar a graduação tendo mais de 40 anos de idade, e na mídia.
Para combater esse cenário, serão necessárias políticas públicas e leis que tratam do preconceito e discriminação, além de atividades educacionais que promovam a empatia, atividades intergeracionais auxiliando a diminuir este problema.
Caso tenha passado por esta situação ou conheça alguém, procure ajuda especializada com médicos e psicólogos, bem como a busca pela justiça, quando os direitos forem violados.
Referências:
Organização das Nações Unidas (ONU). Década do Envelhecimento Saudável das Nações Unidas (2021-2030). Resolução A/75/L.47. 2020.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Relatório global sobre preconceito de idade. Genebra: OMS; 2021.
Silva AMM, Mambrini JVM, Peixoto SV, Malta DC, Lima-Costa MF. Serviços de saúde por idosos brasileiros com e sem limitação funcional.. Rev Saude Publica 2017.