Bullying

 

 

O bullying sempre existiu, mas era pouco estudado e sistematizado. Hoje é amplamente discutido na mídia e nos nossos meios acadêmicos. Segundo Malta (2014), o bullying é originado da palavra bully, que traduzido do inglês, significa “valentão” ou “brigão”. É caracterizado por atos de violência, aos quais o agressor se dirige a uma vítima, considerada vulnerável, provocando insultos repetitivos com o objetivo de diminuir, humilhar ou constranger, sem nenhum motivo aparente, gerando danos como isolamento, baixa autoestima, suicídio, a vítima tornar-se um agressor, repetindo com outro o que fizeram com ele, dentre outros.

A agressão pode ser cometida por um grupo ou por um indivíduo, de forma frequente e em período prolongado. O bullying ocorre de diversas formas: verbal (ofensas, alcunhas depreciativas), física (agressões físicas), psicológica (comentários ou atos que provoquem mal-estar psicológico), sexual (carícias, toques contra a vontade), social (difamação, exclusão de grupos), ciberbullying (prática de atos agressivos com recurso de tecnologia digital, como a exposição de fotos privadas numa rede social).

O bullying, na maioria das vezes, passa despercebido por pais, professores, diretores, já que existe predomínio maior no ambiente escolar, que muitas vezes as atitudes são consideradas apenas brincadeiras, não dando a devida importância, o que acaba gerando omissão para os comportamentos agressivos (SILVA,2017). Uma observação a ser feita é que não só crianças e adolescente são vítimas do bullying, com menos frequência, os adultos são vitimados, geralmente, em ambientes corporativos.

Diante disso, o bullying é um fenômeno que gera consequências negativas para todos os envolvidos, os prejuízos podem ser a curto prazo ou no futuro, afetando o desenvolvimento físico, psíquico e social. A prevenção se dá através da conscientização do problema, da percepção e da aceitação de que o bullying não é brincadeira entre crianças e jovens, mas sim uma violência.

As famílias devem alertar as crianças e adolescentes sobre o que venha a ser o bullying e como devem agir se forem vítimas. E por sua vez, as escolas devem esclarecer seus alunos a respeito do tema, com programas de prevenção, mediação nos casos identificados e quais serão as consequências pelos atos praticados.

Crianças e adolescentes que sofrem bullying podem desenvolver condições psiquiátricas, como depressão, fobia social, síndrome do pânico, sintomas de estresse pós-traumático, dependendo da intensidade das agressões. A busca por ajuda por profissional especializada é muito importante logo que se identifica o problema. A psicoterapia ajuda vítimas de bullying de diversas formas, permitindo que a pessoa compreenda melhor a situação em que está inserida, além de desenvolver mecanismos de defesa mental.

 

Referências:

MALTA, DEBORAH CARVALHO et al. Bullying e fatores associados em adolescentes brasileiros: análise da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2014.

SILVA, J. L.; OLIVEIRA, W. A.; MELLO, F.C.M.; ANDRADE, L. S.; BAZON, M. R., & SILVA, M.A.I. Revisão sistemática da literatura sobre intervenções antibullying em escolas. Revista Ciência & Saúde Coletiva, 2017.

TISSER, L., & RENZ, R. L. Por que devemos combater o bullying? crianças entendendo como é e como se combate. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2017.

CABRAL, J. V. B.; MENDONÇA, D. E. M.; RODRIGUES, F. K. S. Violência na infância e adolescência: uma discussão necessária. Holos, 2021.