Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

 

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, TDAH, segundo Varela (2014), não é uma doença nova, visto que já havia sido descrita em 1902, pelo pediatra inglês George Still, considerado também o primeiro professor de doenças infantis do King´s College Hospital e autor de vários livros sobre o comportamento infantil normal e patológico.

Os portadores deste transtorno apresentam alterações na região frontal e em suas conexões com outras regiões do cérebro. O TDAH é um transtorno neurobiológico, definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar, sintomas que são excessivos para a idade ou o nível de desenvolvimento.

Na infância, o diagnóstico do TDAH é um processo que não é simples, e passa pela identificação de vários sintomas. Não existe um teste único para diagnosticar o TDAH. Muitos outros problemas, como distúrbios do sono, ansiedade, depressão e certos tipos de dificuldades de aprendizado podem ter sintomas semelhantes. Nesta fase o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral considerados “de externalização”, tais como o transtorno de oposição desafiante e o transtorno da conduta.

O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional. Alguns sintomas que são mais frequentes no adulto com TDAH são: rendimento abaixo da capacidade intelectual, falta de foco e atenção, dificuldade para seguir rotinas, procrastinação, ansiedade diante de muitas tarefas, dificuldades em relacionamentos, alterações do humor, esquecimentos frequentes e descuidos, repetição de erros por falta de atenção, dificuldade para expressar ideias e pensamentos, dentre outros.

É importante que o diagnóstico seja feito precocemente, com intervenção multidisciplinar de profissionais como médicos, psicólogos, educadores etc, possibilitando a minimização das consequências escolares, emocionais e sociais, garantindo assim, resultados positivos e uma melhora na qualidade de vida, na convivência com a família e a sociedade.

 

Referências:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Tradução de Maria Inês Corrêa Nascimento. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

CÂMARA, Elaine. Transtorno Do Déficit De Atenção E Hiperatividade: Sua Legitimação E Reconhecimento Como Transtorno Neurobiológico. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. 2018.

VARELA, Dráuzio. TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. 2014.