O suicídio é um fenômeno que apresenta causas multifatoriais, como aspectos biológicos, psicológicos e ambientais, além de social, histórico, situacional e cultural (Montenegro, 2012). Este fenômeno é amplo, ou seja, é muito difícil englobá-lo em um único tipo de perfil, ação, ou tendência, sendo talvez a única prevalência considerável relacionada a de transtornos mentais, que estão próximos aos 90% dos casos.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo. Todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios. Em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, o que levou a OMS a produzir novas orientações para ajudar os países a melhorarem a prevenção do suicídio e atendimento.
Setembro Amarelo, qual o significado e como surgiu. A cor homenageia o americano Mike Emme que, em 1994, aos 17 anos, cometeu suicídio. O jovem era conhecido por ser proprietário de um mustang amarelo que ele restaurou. Mike não demonstrava nenhum descontentamento com a vida e sua morte foi extremamente chocante para as pessoas que o conheciam. Os pais de Mike, junto a amigos, deram início à campanha das fitas amarelas. Um cartão contendo uma fita amarela foi distribuído no funeral dele com a seguinte mensagem “se você está pensando em suicídio, entregue esse cartão a alguém e peça ajuda!”. Todos os cartões foram entregues a diversas pessoas, aproximadamente 500, logo se espalharam pelo país e em seguida pelo mundo.
Em 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o dia 10 de setembro como sendo o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, adotando a cor da Yellow Ribbon, o amarelo do Mustang de Mike. No Brasil, a Campanha Setembro Amarelo teve início em 2015, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Setembro amarelo é uma campanha, cujo objetivo é conscientizar as pessoas sobre a prevenção do suicídio. Esse tipo de campanha ajuda diminuir o estigma que muitas pessoas trazem sobre o suicídio, mitos e crenças, possibilitando que elas possam recorrer à ajuda psicológica e médica, com menos receio de pedir socorro.
Fique atento a todos os sinais, não menospreze falas, gestos, emoções e comportamentos. Caso conheça alguém que esteja pensando em se matar ou seja você quem está passando por problemas, indique ou procure ajuda especializada, converse de forma direta, o psicólogo e o médico irão acolher e escutar sem julgamentos. A ajuda profissional faz grande diferença e o diálogo sobre suicídio e o tratamento psicológico e psiquiátrico podem evitar a grande maioria das mortes por suicídio.
Referências:
Montenegro, B. F. de. S. P. (2012). O julgamento clínico do risco de suicídio. Tese de doutorado, Universidade de Brasília, Brasília.
OMS – Organização Mundial de Saúde. (2019). Suicide worldwide in 2019.