Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou dados que estima-se que 4,7% dos brasileiros possuem algum tipo de transtorno alimentar e o principal grupo acometido são as mulheres entre 18 e 24 anos. Essas informações são preocupantes quando comparadas com a média mundial, que gira em torno de 2,5% da população. Na maioria dos casos, a pessoa nem imagina que o problema já existe em razão ao apelo dos padrões de beleza impostos pela sociedade e cultura, diga-se de passagem muitos são inalcançáveis, com dietas, chás, fórmulas mágicas e milagrosas.
Os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial.
Apresentam alguns sintomas em comum como a preocupação com peso, distorção de imagem corporal, medo de engordar, dentre outros. O perfil de pacientes diagnosticados com transtornos alimentares, geralmente são adolescentes e mulheres jovens que tem profissões e atividades ligadas a estética, ao corpo, como profissionais da moda, modelos, bailarinas, atrizes etc. Contudo, este cenário vem se diversificando, sendo também diagnosticado em homens jovens e de diversas etnias.
Dentre os transtornos alimentares mais importantes, podemos destacar a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa. A Anorexia Nervosa caracteriza-se pela perda de peso autoinduzida por abstenção de alimentos que engordam ou por comportamentos como vômitos e/ou purgação autoinduzidos, exercício excessivo e uso de diuréticos. Há uma busca pela magreza e um medo intenso e mórbido de ficar gorda. A Bulimia Nervosa caracteriza-se pela presença de episódios recorrentes de compulsão alimentar em um curto período, seguidos por comportamentos compensatórios como vômitos, purgação, enemas, diuréticos, usados para evitar ganho de peso e uma autoavaliação indevidamente influenciada pela forma do corpo ou peso.
Quando o transtorno se agrava pode levar a morte e em alguns casos o paciente pode atentar contra sua própria vida. Diante disso, é extremamente importante o apoio e envolvimento familiar no tratamento. O tratamento dos transtornos alimentares é sempre multidisciplinar envolvendo profissionais como médicos psiquiatras, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. A psicoterapia no tratamento dos transtornos alimentares fornece um espaço seguro para o paciente na promoção e adesão ao tratamento, melhora sua relação com a sua imagem corporal, desenvolve estratégias para controlar os episódios de compulsão alimentar, aumenta a autoestima e busca soluções para os problemas comuns que afetam o cotidiano do paciente.
Referências:
American Psychiatric Association – APA Manual Diagnótico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) Brasil: Artmed 2013.
Dalgalarrondo, P Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, 2019.
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Artmed Editora, 2013.