Se você sente dificuldade em falar de sexo com seu filho, não se preocupe, pois muitos pais sentem este desconforto, você não está sozinha. Não existe uma idade exata e nem um padrão rígido a ser seguido, mas existem alguns aspectos que precisam ser observados. O assunto vai ocorrer de diferentes formas e em diferentes fases do desenvolvimento. Muitos pais acham que se falarem sobre sexo, acabariam estimulando precocemente o início da vida sexual de seus filhos, mas isso não procede. Sentem-se receosos a respeito das possíveis perguntas a serem feitas por seus filhos, por medo ou despreparo em responder ou temem que sua intimidade seja exposta.
É fundamental estar atento a idade e o grau de amadurecimento da criança ou do adolescente. Diante disto, é recomendada uma linguagem natural, clara e objetiva, respondendo sempre o que for perguntado, sem ir além. Ouvi-los sem julgamentos, respeitando assim, suas opiniões, bem como não esquivar a seus questionamentos. Esteja aberto a momentos de espontaneidade ou a momentos oportunos para puxar o assunto sobre sexualidade, em um ambiente sem formalidade. Um outro aspecto a ser observado, e não menos importante, é relativo aos preconceitos e tabus que os pais trazem consigo a respeito da sexualidade, deixe-os de lado.
As perguntas das crianças devem ser respondidas de forma simples, como já dito, sem se estender no assunto. O uso de livros didáticos sobre o corpo humano, voltados para o público infantil, podem ajudar, colocando-os em local de fácil acesso. Filmes e desenhos infantis em canais de streaming podem servir como exemplos ou comparações aos questionamentos feitos.
Outros pontos podem surgir com a aproximação da adolescência, início da puberdade, com as mudanças hormonais, no corpo, menstruação, interesse em namoros etc. A sugestão é buscar conteúdos em livros, podcast, filmes, noticiários, músicas, novelas que podem servir de ponte para o início da conversa, mostrando para seu filho que você está aberto ao diálogo.
Mantenha sempre um canal de fácil acesso e aberto, mas caso ache que seu filho ou que você tenha alguma dificuldade, não estando preparado ou sentindo vergonha de falar sobre sexo, vale contar com a ajuda de pessoas que tenham qualidade de informação. Busque ajuda psicológica quando necessário, pois a psicoterapia irá ajudá-los a entender e elaborar sobre seus pensamentos, sentimentos e comportamentos que são próprios desta fase.
Referências:
Heilborn, M. L. Por uma agenda positiva dos direitos sexuais da adolescência. Psicologia Clínica: 2012.
Mariotto, Rosa Maria Marini. (Org.). Gênero e sexualidade na infância e adolescência: reflexões psicanalíticas. Salvador : Ágalma, 2018.
Ressel, L. B., Junges, C. F., Sehnem, G. D., Sanfelice, C. A influência da família na vivência da sexualidade: 2011.